RESENHA: MAXXXINE

 Esperei tanto por esse filme, fiquei eufórica quando vi o trailer e o cartaz anunciado nos cinemas. 

Assisti… 

Ah…

… 

QUE ÓDIO, VÉI! Uma franquia tão boa ser finalizada com um filme tão fraco e perdido…

Eu idealizava MaXXXine como um filme estilo Black Swan ou Perfect Blue, em que a Maxine perderia a sanidade enquanto tenta ficar famosa, tudo isso com a ambientação dos anos 80. É… Ficou só no meu imaginário mesmo… Pois o filme é sim sobre a vida da Maxine após o massacre de X, enquanto ela tenta alcançar a fama e tal, mas, sei lá, o Ti West jogou tanta informação durante o filme que, no final, na hora de conectar as coisas, ficou algo amador, tedioso…

O filme tem, sim, seus momentos marcantes e atuações legais, como a da própria Mia Goth como Maxine e a do ator que faz o investigador particular. Mas é um filme mediano, que não chega aos pés dos dois primeiros, os quais me trouxeram sensações únicas enquanto eu assistia.

Em X, eu me diverti muito com aquele terror slasher escrachado e com a bizarrice dos vilões. Em Pearl, eu me senti como se uma bomba-relógio estivesse prestes a explodir, e o terror vinha através da ansiedade e da tensão. Em MaXXXine, eu fiquei tipo: “Tá?... Dá pra acabar logo?”  O suspense não me prendia e o terror era quase inexistente.

O começo do filme é ótimo, a cena do teste da Maxine é incrível, mas depois o filme só vai ladeira abaixo. Quando chega no terceiro ato, você já está cansado, já sabe mais ou menos o que está acontecendo, e o vilão principal é tão tosco e escrachado que nem dá vontade de torcer para a mocinha se livrar dele; você fica tipo: “Ah, claro que ela vai se safar.”

A trilha sonora e as ambientações são ótimas, mas, de resto, foi uma decepção. Dito isso, continuo amando X e Pearl. MaXXXine me traz a sensação de: “Então tá, né, pelo menos finalizou.” 

MaXXXine só se conecta com os outros filmes através de autoreferências, com o tal “I will not accept a life I do not deserve," que é repetido exaustivamente, e, honestamente, perdeu até a graça pra mim. A origem dessa frase não tem nada a ver; eu preferia quando era só mais uma frase de efeito e autoconfiança da Maxine do que aquela bobajada que fizeram para conectar ela com o vilão.



Parte com Spoiler ⚠️

Bom, o filme não é ruim, mas, como eu disse, não chega perto dos antecessores. Basicamente, mostra a Maxine tentando migrar da indústria pornográfica para o cinema de filmes de terror. Após ela arrasar em um teste, começa a ser perseguida por um stalker.

É aí que as coisas começam a desandar para mim. O stalker, na minha opinião, era obviamente o pai dela, principalmente porque as pessoas que morriam eram próximas a ela.

E a Maxine estava tipo "nem aí" com as mortes, não cooperava com a polícia, e, aliás, a polícia era bem ineficaz também.

A parte em que Maxine planeja uma emboscada para o investigador particular é muito interessante, mas, depois disso, ela simplesmente "liga o foda-se" e vai à casa do assassino sem nenhum preparo.

Quando é revelado que o assassino é o pai dela, a atuação do ator é super forçada, e as cenas na mansão, assim como a suposta seita, são tão exageradas que chegam a ser patéticas.

Sei que tem toda uma referência aos anos 80, ao aumento do conservadorismo e às seitas como a que matou Sharon Tate, MAS acho que essa temática poderia ter sido melhor construída, mais bem amarrada e finalizada. Todas as ideias do filme são ótimas, mas a execução, na minha opinião, ficou meio perdida e bagunçada.





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