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Eu gosto ainda mais de Avonlea por causa desses defeitos - respondeu a leal
Anne. - Não gosto de pessoas e lugares sem defeitos. Acho que uma pessoa
verdadeiramente perfeita não seria muito interessante.
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-Ah, minha nossa!
Não! - Anne balançou enfaticamente a cabeça enfeitada com a macia coroa de
flores de cerejeira silvestre. - As linhas e os versos somente as são
vestimentas do poema, assim como suas franjas e seus babados não são você, Jane.
O verdadeiro poema está na alma que há na dentro dele... E aquela linda cena é
a alma de um poema não escrito. Não é todo dia que se vê uma alma... Mesmo a de
um poema.
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-Você provavelmente enfrentará decepções muito maiores e piores do
que essa ao longo da vida - disse Marilla, achando honestamente que estava
fazendo um discurso reconfortante.
-Parece-me, Anne, que você nunca vai superara a mania de criar expectativas demais
em seu coração, só para cair em desespero quando as coisas não saem como o
esperado.
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-Sabe o que penso
sobre a lua nova, professora? Acho que é um barquinho dourado cheio de sonhos.
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-Mas como você
poderá ter certeza de que conheceu a pessoa certa? Persistiu Diana.
-Ah,
eu vou reconhecê-lo... Algo vai me dizer. Você sabe quais são meus ideais, Diana.
-Mas os ideais das
pessoas mudam algumas vezes...
-Os
meus não. E eu não conseguiria me interessar por um homem que não os
satisfizesse.
-E se você nunca o
conhecer?
Então
irei morrer como uma solteirona foi a resposta animada. - Ouso dizer que não é
a pior das mortes, de jeito nenhum.
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"Talvez,
afinal, o romance não chegasse na vida de alguém com toda a pompa e alarido,
como um alegre cavaleiro andante.
Talvez
chegasse silenciosamente ao nosso lado como um velho amigo. Talvez se revelasse
aparentemente como prosa, até que uma súbita flecha de iluminação fosse lançada
em suas páginas e traísse o ritmo e a música. Talvez... Talvez... Talvez o amor
nascesse naturalmente de uma bonita amizade, como a rosa de miolo dourado
surgia de dentro das sépalas verdes".
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